Atualmente vislumbramos muitas
propagandas e incentivos referentes a uma das áreas que mais cresce em todo o
país: a Construção Civil. Há vagas de
emprego para diversos trabalhadores em vários níveis de escolaridade.
Esse tipo de empreendimento é capaz
de mudar totalmente a paisagem de um local, pois para se construir uma casa,
prédio, ponte e outros são necessários desmatamentos, ajustes de solo e outros
tipos de procedimentos.
Na
indústria da construção civil, até então, não havia nenhuma preocupação quanto
ao esgotamento dos recursos não renováveis utilizados ao longo de toda sua
cadeia de produção e, muito menos, com os custos e prejuízos causados pelo desperdício
de materiais e destino dados aos rejeitos produzidos nesta atividade. No
Brasil, em particular, a falta de uma consciência ecológica na indústria da
construção civil resultou em estragos ambientais irreparáveis, agravados pelo
maciço processo de migração havido na segunda metade do século passado, quando
a relação existente de pessoas no campo e nas cidades, de 75 para 25%, foi
invertida, ocasionando uma enorme demanda por novas habitações.
Na
construção civil podem ser utilizadas várias técnicas referentes ao
gerenciamento de resíduos. Inicialmente deve-se aproveitar ao máximo os
materiais consumidos e tentar fazer uma REUTILIZAÇÃO das matérias utilizadas. A
caracterização dos tipos de resíduos é de extrema importância.
Classificação
dos Resíduos da Construção Civil
Classe A: são
os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como os oriundos
de:
-
pavimentação e de outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes
de terraplanagem;
-
edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de
revestimento, etc.), argamassa e concreto;
-
processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos,
tubos, meios-fios, etc.) produzidas nos canteiros de obras.
Classe B: são
os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão,
metais, vidros, madeiras e outros.
Classe C: são
os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações
economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os
produtos fabricados com gesso.
Classe D: são
os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas,
solventes, óleos, amianto e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições,
reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.
Técnicas utilizadas
para resíduos da Construção civil:
Terra de remoção e “Classe A”
·
Utilizar na própria obra;
·
Reutilizar na restauração de solos
contaminados, aterros e terraplanagem de jazidas abandonadas;
·
Utilizar em obras que necessitem de material
para aterro, devidamente autorizadas por órgão competente ou em aterros de
inertes licenciados.
Tijolo, produtos cerâmicos e produtos de
cimento –-
Classe A
·
Estações de Reciclagem de Entulho da PBH;
·
Unidade de Recebimento de Pequenos Volumes da
PBH até 2m³;
·
Brechó da Construção, quando os materiais
estiverem em condições de uso;
·
Aterros de inertes licenciados.
Argamassas - – Classe A
·
Estações de Reciclagem de Entulho da PBH;
·
Unidade de Recebimento de Pequenos Volumes da
PBH até 2m³;
·
Aterros de inertes licenciados.
Madeira- –
Classe B
·
Empresas e entidades que utilizem a madeira
como energético ou matéria prima.
Metais - Classe B
·
Empresas de reciclagem de materiais
metálicos;
·
Cooperativas e associações de catadores;
·
Depósitos de ferros-velhos devidamente
licenciados.
·
Brechó da Construção, quando os materiais
estiverem em condições de uso.
Embalagens, papel, papelão e plásticos –- Classe B
·
Empresas de reciclagem de materiais plásticos
e papelão;
·
Cooperativas e associações de catadores;
·
Depósitos e ferros-velhos devidamente
licenciados;
·
Embalagens de cimento e argamassa: caberá ao
gerador buscar soluções junto ao fornecedor do produto.
Vidros -–
Classe B
·
Empresas de reciclagem de vidros;
·
Cooperativas e associações de catadores;
·
Depósitos e ferros-velhos devidamente
licenciados.
Resíduos perigosos e contaminados (óleos,
tintas, vernizes, produtos químicos e amianto) –-
Classe D
·
Empresas de reciclagem de tintas e vernizes;
·
Empresas de co-processamento;
·
Não existe uma destinação adequada, para
grande parte dos resíduos perigosos ou contaminados, cabendo ao gerador buscar
soluções junto ao fabricante.
Resíduos orgânicos
·
Acondicionar os resíduos produzidos durante
as refeições em sacos plásticos. Os sacos devem ser colocados nos locais e
horários previstos pela empresa concessionária de limpeza pública, sendo ela
responsável pela coleta, transporte e destinação final destes resíduos.
Referências:
Plano
nacional de Resíduos Sólidos. Brasília, 2011.
http://www.projetoreciclar.ufv.br/docs/cartilha/residuos_solidos.pdf
http://seumeioambiente.blogspot.com.br/2008/07/impactos-ambientais-da-construo-civil.html.
Acesso
dia 15/06/2012.